Vamos lá...

Eu critiquei muito o Jorginho. E como critiquei! Não tenho receio nenhum de chegar aqui e assumir às minhas críticas, até porque é muito fácil falar mal dos outros e depois dar uma de João sem braço e não admitir o que já foi dito. Só que eu não tenho este tipo de postura. Da mesma forma que critiquei, não vejo problemas de vir aqui e elogiar. Estou sendo oportunista agora? Não! Fui oportunista na época? Não! Apenas dei minha opinião, assim como estou dando agora.

Na época julgava oportuno meus comentários com relação ao time do Jorginho. Não via perspectivas nenhuma naquele time, mesmo sabendo do potêncial que ele (Jorginho) tinha em mãos. Acho que estava certo na época. Hoje, com o time embalado do jeito que está, soa muito oportunista, aí sim, chegar e dizer que na época 99,99% dos torcedores alvinegros, e eu me incluo nessa, estávamos errados.

Não, vai dizer que agora todos concordavam com a escalação do Rhayner como o cabeça pensante da equipe no meio-campo? Vai dizer que todos concordavam com a insistência do Jorginho em manter o W Alguma Coisa Wellington no time titular? Vai dizer que todos concordavam com as improvisações do Coutinho na lateral-direita da equipe? Vai dizer que todos concordavam com isso? Que tal deixar a hipocrisia e oportunismo barato de lado?

Agora é fácil falar do time do Jorginho. É, do time do Jorginho, até porque agora o Figueirense deixou de ser o Figueirense pra se tornar o time do Jorginho.

Anteriormente, na época das "vacas magras", o time do Jorginho era o Figueirense dos jogadores que não faziam gols e do técnico que, de vez em quando, cometida alguns erros pontuais. Agora, com as vitórias, com os treze jogos de invencibilidade, com o time no G-5 prestes a se classificar para à Libertadores, o Figueirense virou o time do Jorginho, do técnico que já foi taxado de retranqueiro e que muitos pediam a sua saída.

Hoje eu sou obrigado a reconhecer o time do Jorginho. Na verdade, não porque sou exatamente "obrigado", mas pelo fato do time estar realmente merecendo elogios. Só que no meu ponto de vista há uma diferença gigantesta e primordial do time de hoje com o time de ontem. Ora bolas, que diferença é essa se os jogadores são praticamente os mesmos? A diferença está na mentalidade do treinador. Sim, na mentalidade do Jorginho. De repente, o time, ou melhor, o mesmo time, com um ou dois jogadores novos, passou a acreditar mais em si do que se preocupar com os adversários.

Lembram de como era o discurso do Jorginho e que de certa forma gerava revolta dos torcedores alvinegros? "Ah, temos que ver que o nosso orçamento é menor do que o deles, sem contar que o terceiro reserva tem condições de ser titular absoluto do meu time", "O América/MG é uma grande equipe. Trazer um ponto de lá é muito bom". Pois é, a mentalidade dele mudou, o discurso mudou e a forma como a qual o time passou a jogar também mudou. Qual foi a última vez que ouvimos esse discurso do Jorginho? Sinceramente, não lembro. Eu não lembro, vocês não lembram, ninguém lembra.

Nestes treze jogos de invencibilidade o Figueirense enfrentou no mínimo onze equipes com um orçamento muito maior do que o nosso, com jogadores muito mais qualificados do que os nossos, com terceiros reservas que poderiam ser titulares por aqui, no entanto, mesmo assim, com todo esse emaranhado de adversidades o Figueirense não deixou de ir a Santos, ao Rio de Janeiro, ao Rio Grande do Sul, a Minas Gerais e a São Paulo vencer adversários que jamais imaginamos um dia vencer.

Uma das piores coisas na vida das pessoas não é admtir os erros, mas omitir as verdades. Repito: critiquei o Jorginho, meti o pau nele, quis por muito tempo vê-lo bem longe daqui, mas hoje admito que, após mudar bruscamente a maneira de escalar e armar o time do Figueirense, ele merece ser elogiado e reverenciado pelas conquistas que o time dele vem tendo.