quarta-feira, 6 de abril de 2011

Comentar o que não se deve comentar

Eu sou da opinião de que o problema da violência que gira em torno dos jogos de futebol em nosso país não está exclusivamente em quem comete o ato infracional, mas principalmente naqueles que deveriam julgá-los e, posteriormente, puni-los.

Enquanto não houver punição, evidentemente que haverá impunidade. Se as leis não são cumpridas, por que não desrespeitá-las? Não serei identificado, julgado e punido mesmo...

(...)

O que o Sr. Spock disse na coluna dele de hoje no jornal Diário Cataruchoense foi, no meu ponto de vista, considerado um tremendo absurdo.

Ele está querendo que os erros cometidos por alguns bandidos sejam punidos, mas estendidos a grande maioria que nada tem a ver com isso.

É imoral, e ao mesmo tempo no que diz respeito à lei, é completamente ilegal não permitir que os torcedores possam ir ao estádio de um clube adversário torcer pelo seu time. O Estatuto do Torcedor garante aos torcedores dos times adversários um espaço reservado, separado e protegido que correspondente a 10% da capacidade total do estádio, assegurando-lhes, acima de tudo, integridade física, proteção, bem-estar e segurança.

Eu tenho certeza que muita gente vai acabar caindo na pilha do referido colunista, até porque ele e muita gente na imprensa esportiva de Florianópolis estão deixando de mencionar que os grandes causadores disso tudo são as autoridades competentes que devem identificar, prender, julgar e punir todos os bandidos, marginais e delinqüentes que de uma forma ou de outra cometem atos de violência dentro ou fora dos estádios de futebol no Brasil, mas que infelizmente não estão fazendo com rigor o que lhes é determinado.

Se começarem a agir desta forma, ou seja, não permitir que os torcedores não possam ir ao jogo do seu time no estádio do adversário, na verdade nós cidadãos no próprio dia a dia ficaremos reféns de tudo aquilo de ruim que acontece ao nosso redor.

Deixaremos de sair de nossas casas porque os bandidos estão nas ruas, em qualquer lugar. Ao invés de irem atrás deles, dos “fora da lei”, às autoridades nos obrigará ficar trancafiado e se escondendo da violência alheia em nossas residências, pois ficar na rua é perigoso. Só que atualmente, no mundo que vivemos ficar em casa é tão perigoso quanto ficar perambulando por aí, já que hoje dia não nos sentidos seguros em lugar algum.

E a incompetência, como mencionou o referido colunista, é dos cidadãos de bem ou das autoridades que não dá aos cidadãos de bem a segurança que eles merecem?

Quer dizer então que os cidadãos de bem serão punidos porque dois ou três infratores não são tratados como deveriam ser? Em que mundo estamos vivendo, Meu Deus?

Será que não permitir que o torcedor do Figueirense vá à Ressaqueda ou que o torcedor (sofredor) do time do mangue não vá ao Scarpelli realmente resolverá o problema da violência que vem aumentando a cada ano? Será que não é mais fácil punir 5 ou 6 do que punir centenas, milhares de torcedores de bem? Será que é muito difícil fazer isso? Será?

Aliás, o Sr. Spock para justificar o seu ponto de vista, que eu respeito, diga-se de passagem, mas que eu não concordo, ele menciona o caso de Minas Gerais, onde os clássicos entre Cruzeiro e Atlético Mineiro apenas a torcida do mandante pode

Beleza, mas se adotarem esta medida absurda, daqui pra frente os clássicos sendo disputados apenas com a torcida do time da casa, e se houver, por exemplo, antes, durante ou após o jogo uma briga entre os torcedores rivais, aqueles que todos sabem quem são numa padaria lá em Biguaçu, bem longe dos arredores da Ressaqueda ou do Scarpelli, e que está cheia de pessoas que sequer gostam de futebol, o que farão as autoridades, por acaso proibiram o cidadão de bem de ir à padaria comprar o seu pão ou o leite de seus filhos? É isso?

Pelo visto proibirão o cara que nada tem a ver com o problema, já que é a medida mais adequada para resolver a situação, não é verdade?

Tem muita gente querendo dar uma de paladino da justiça, sendo que na verdade não entende porra nenhuma do que anda falando.

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