Na terça-feira (17/04/2012), o presidente do Figueirense foi ao programa do Hélio Costa, no Jornal do Meio Dia, para falar sobre a situação do time nesta reta final de campeonato e, em um determinado momento aproveitou e falou, também, do déficit financeiro do Figueirense no início da temporada.
Segundo o Polidoro Júnior, em seu blog, o déficit do Figueirense neste ano, até o presente momento, é de aproximadamente 3.1 milhões de reais, números impressionantes que mostram quanto os clubes catarinenses deixam de arrecadar no primeiro quadrimestre do ano, durante a disputa do campeonato estadual.
Todavia, como diria o outro, eu não tenho pena deles não, até porque os maiores culpados são os próprios clubes, na figura de seus dirigentes, que, ao invés de buscarem outros meios para arrecadar dinheiro, por exemplo, a transmissão do campeonato por mais de uma emissora não, preferem "dar preferência" e monopolizar, concentrar o televisionamento em apenas uma emissora, no caso, a emissora dos pampas, que por sinal paga um valor ínfimo face aquilo que ela arrecada.
Lembro que antes de dar uma passada no blog do Polidoro, eu estava lendo uma matéria sobre as cotas de televisionamento do campeonato paulista, em que os dirigentes dos clubes que fazem parte do segundo escalão, como Portuguesa, Ponte Preta e Guarani, estavam reclamando da desproporcionalidade nos valores recebidos da televisão - diga-se, Rede Globo - em relação aos quatro grandes; a cota deles foi de 1.9 milhões de reais, já Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos, cada um , recebeu 10 milhões de reais. (Fonte)
No Rio de Janeiro, outra praça esportiva com televisionamento exclusivo da Rede Globo, times como Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense recebem, por jogo, aproximadamente 500 mil reais; os demais recebem algo entre 50 e 100 mil reais. (No caso do Rio de Janeiro eu sinceramente não lembro se os valores são exatamente estes).
Outro exemplo vem do nordeste. No campeonato baiano, Bahia e Vitória receberam 750 mil reais, e no campeonato pernambucano, Sport, Náutico e Santa Cruz receberam cerca de 350 mil reais. (Fonte)
Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, a situação de ambos os campeonatos é bem semelhante. Dizem que Cruzeiro, Atlético/MG, Grêmio e Internacional receberam algo em torno de 4 ou 5 milhões de reais, e os outros clubes bem menos, mas em contrapartida bem mais, o dobro ou o triplo, do que os "grandes" daqui receberam.
Aqui em Santa Catarina, pelo que se sabe, já que os clubes não divulgam nada oficialmente o quanto arrecadam da televisão, e eu não sei o porquê de tamanho mistério - sei, mas não vem ao caso agora -, a emissora gaudéria paga aos quatro grandes (Figueirense, time do manguem, time da cidade do carvão e time da cidade do balé) cerca de 170 mil reais, enquanto que os demais recebem 90 mil reais. Acho que a Chapecoense fica no meio termo; uns 110 ou 120 mil reais.
Aí eu lhes pergunto: Como é que se pode fazer um futebol de alto nível recebendo da única emissora que transmite o campeonato catarinense uma merreca de apenas 170 mil reais? Não tem como, é impossível. Eu diria que é uma vergonha! Aliás, por que a exclusividade? Antes duas emissoras pagando 300 mil do que apenas uma pagando 500 mil. É uma questão óbvia, lógica e evidente, mas que é difícil de ser compreendida e/ou entendida por nós, torcedores.
Como falei anteriormente, entretanto, a culpa não é da emissora que transmite e que paga pelo televisionamento do campeonato, pelo contrário, a culpa é, ou melhor, são dos próprios dirigentes, que aceitam os valores oferecidos e pelo visto não fazem uma contrapartida decente, o que acaba, por conseguinte, acarretando em várias coisas, sendo que a principal delas é o aumento nos valores dos ingressos.
Sou contra o monopólio, mas, se for para ser assim, que paguem bem, situação que infelizmente não acontece aqui em nosso Estado no que diz respeito à transmissão do campeonato catarinense.
Um comentário:
Procure saber os valores que a Rede de Bostas e Sacanagem paga pelo gaucho, ao caxias etc.
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