Ontem eu havia dito aqui no blog que não falaria nada até a semana que vem, porém, agora que estou com a cabeça um pouco mais fria, após refletir bastante nessa noite (jura, né?), resolvi elaborar um breve comentário não da derrota, especificamente, mas do momento pelo qual está passando o Figueirense como um todo, dentro e, principalmente, fora de campo.
Quando um clube de futebol passa por problemas internos, do tipo quem manda mais ou quem manda aqui sou eu, normalmente as coisas dentro de campo acabam indo de mal a pior. Vejo o Figueirense passando por uma situação como essa. O problema maior vem de fora e, infelizmente, acaba refletindo na péssima campanha que o time vem fazendo no campeonato brasileiro. Sim, eu seu sei que existem exceções, clubes que têm problemas infinitamente superiores aos nossos e que o rendimento da equipe não reflete aquilo que acontece fora de campo, mas todo mundo sabe que isso não é regra.
É presidente (fantoche) querendo mandar mais do que os outros, mas que não tem força alguma perante àqueles que realmente mandam no clube; é conselho deliberativo inoperante - do jeito que está não faz sentido ele existir, na boa -; é diretor de futebol, que não se dá bem com determinados jogadores, ou vice e versa, insatisfeito com sua posição no clube; é investidor, que até ontem era um mero desconhecido perante os torcedores, se metendo onde não deve e percebendo que o futebol não é aquela mina de dinheiro que ele supostamente deve ter imaginado que poderia ser; é empresário palpitando, também, na contratação ou demissão de treinador; ou seja, a bagunça se formou, o amadorismo foi impregnado e a confusão está generalizada.
Digamos que exista uma empresa, cheia de problemas, cuja responsabilidade é dividida de forma igualitária entre você e mais quatro "donos". No início tudo transcorre muito bem, com naturalidade, só que de repente a relação entre os cinco sócios começa a ruir, pois cada um percebe que tem condições de mandar mais do que os outros. Para não ficarem sem poder perante os demais, dois resolvem se juntar, mais dois resolvem se juntar também e um deles acaba ficando sozinho, mas com um grande trunfo em suas mãos: os funcionários estão do seu lado. Para tentar dar um basta na situação, já que em razão do imbróglio a produção e o faturamento da empresa começou a cair, os cinco sócios resolvem contratar um profissional qualquer, sem formação superior e muito menos especialização, para tentar colocar a empresa nos eixos novamente. Dois indicam esse, dois indicam aquele e um indica um outro qualquer; acabam contratando alguém. Esse alguém chega com o discurso forte, dá uma porrada na mesa e consegue mostrar resultados positivos logo de cara. Com o passar do tempo, entretanto, os cinco sócios continuam divergindo uns dos outros, agora por causa da contratação desse "profissional". Os problemas voltam à tona e o faturamento da empresa começa a cair novamente, dessa vez abruptamente. Dois sócios dizem: "Eu falei que não era para contratar"; os outros dois sócios dizem: "Eles tinham razão, mas não vamos dar o braço a torcer"; e o sócio solitário diz: "Não estou nem aí". Sabem o que vai acabar acontecendo? Os sócios vão pegar tudo aquilo que lhes pertencem e debandar, e a empresa vai acabar fechando as suas portas com um rombo desgraçado de herança para quem quiser assumir ela posteriormente.
Agora sim: até semana que vem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário